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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Sab | 12.07.14

Passos rejeita intervenção no BES

 (imagem do google)

Passo Coelho veio aconselhar o BES a negociar a dívida com os credores para o banco não cair em default. O primeiro-ministro voltou a rejeitar a necessidade de intervenção do Estado no BES, recordando que o banco tem margem de manobra para fazer face aos problemas.

«Não há nenhuma razão que aponte para que haja uma necessidade de intervenção do Estado num banco que tem capitais próprios sólidos, que apresenta uma margem confortável para fazer face a todas as contingências, mesmo que elas se revelem absolutamente adversas, o que não acontecerá com certeza», sustentou. A frase tem o mesmo valor que a promessa de não aumentar impostos e não cortar nas reformas dos pensionistas. Quanto muito é a garantia que ainda vamos pagar os prejuízos do banco. Começa a ganhar credibilidade a conceção política de que corremos para um novo caso BPN.

Se há algo positivo no meio disto tudo é o facto de ter posto a descoberto a ‘oligarquia de interesses’ que domina em Portugal. Num país a sério, teria ocorrido detenções e demissões por gestão danosa e dolosa. Mas tratando-se do banco em causa e respetiva família, que de 'Santo' parece ter apenas o nome, obviamente nada disso acontecerá. Trata-se de alguém com acesso privilegiado ao Conselho de Ministros. Afinal trata-se do «Banco do Regime», um dos principais financiadores dos partidos do dito arco da governabilidade, em que as contrapartidas desse financiamento foram segundo se diz: swap’s, ppp´s, submarinos, abate de sobreiros, etc. Quanto aos depósitos, os políticos têm os deles nas offshores ou, como o irrevogável Portas, no Deutsche Bank e como tal estão a salvo de tudo isto. Até porque no fim quem paga são sempre os mesmos!