Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Sex | 30.10.15

«Política do filho único» na China chega ao fim

china.png

O Partido Comunista da China anunciou o fim da «política do filho único», em vigor no país há 35 anos, permitindo agora que cada casal tenha até dois filhos. Cerca de 90 milhões de casais chineses estarão em condições para ter um segundo filho a partir do próximo ano, à medida que a política de filho único for extinta.

O governo chinês sempre defendeu que a restrição ao número de filhos, sobretudo em áreas urbanas. A política do filho único entrou em vigor em 1980. O objetivo era travar o crescimento populacional chinês e, desse modo, facilitar o acesso da população do país a um sistema de saúde e educação.

Em 2012, pela primeira vez em décadas, a população em idade ativa caiu. O índice de fecundação no país, de 1,5 filhos por mulher, é muito inferior ao nível que garante a renovação geracional. Apesar do país ser ainda um país em desenvolvimento, enfrenta um problema próprio dos países desenvolvidos, o envelhecimento da sociedade, o qual tem elevados custos para o país no presente e principalmente no futuro. Chegou, por isso, a hora de inverter essa tendência.

A regra imposta por Pequim terá evitado mais de 400 milhões de nascimentos, cumprindo o objetivo de controlo populacional, mas teve danos colaterais, designadamente, milhões de abortos forçados, abandono de crianças, infanticídios, envelhecimento rápido da população e finalmente um desequilíbrio de género: há mais homens que mulheres. Isso não se deve à política de filho único mas ao facto de prevalecer um sistema machista obstruído às mulheres e facilitado para a população masculina.