Presidente da Comissão Europeia
Ursula Von der Leyen, 60 anos, sucede a Juncker como Presidente da Comissão Europeia, tendo ainda esta eleição de ser ratificada pelo Parlamento Europeu. Se tal acontecer, é a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da Comissão Europeia.
Filha de um antigo funcionário europeu e depois primeiro-ministro da Baixa saxónia, é casada desde 1986 com Heiko von der Leyen, com quem tem sete filhos. Licenciou-se em medicina em 1980, depois de ter desistido do curso de economia, e exerceu a especialidade de ginecologia.
Úrsula Von der Leyen aderiu à CDU em 1990 e envolveu-se na política ativa seis anos depois, onde exerceu vários cargos locais e estaduais até ser eleita, em 2004, para o comité de liderança do partido.
A nível federal, o seu primeiro cargo foi, em 2005, onde integrou o gabinete da Chanceler Angela Merkel como ministra dos Assuntos Sociais, tendo então lutado pelo pagamento de licença parental aos pais que desejam usufruir desse direito. Conseguiu também introduzir uma quota para mulheres nas administrações das empresas.
No novo governo liderado por Merkel, em 2013, foi atribuída a Von der Leyen a pasta da Defesa. Este período na Defesa, contudo, ficaria marcado por vários escândalos. As acusações de plágio na sua tese de doutoramento levaram a uma investigação independente da universidade e a uma conclusão não totalmente clarificada, bem como irregularidades na atribuição de contratos públicos, por suspeitas de nepotismo. Enfraquecida, viu a possibilidade de suceder a Merkel esfumar-se. O seu futuro continuava, até há bem pouco tempo, incerto. Até que começaram a surgir os rumores de que poderia vir a ocupar um cargo europeu.
Ursula von der Leyen, escolhida ontem para assumir a presidência da Comissão Europeia, chega a Bruxelas com um controverso balanço no ministério da Defesa, mas com uma imagem de europeia consolidada.
Apoiada pelo presidente francês Emmanuel Macron, com quem demonstrou entender-se bem, é apreciada pelo governo francês, especialmente pela boa cooperação em assuntos franco-alemães. Mas uma escolha contrária ao desejado por António Costa, apostado em colocar um socialista no lugar que Jean-Claude Juncker deixa vago.
Porém, Martin Schulz, ex-líder do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), foi um dos primeiros que se insurgiu contra a candidata Ursula von der Leyen para o cargo de presidente da Comissão Europeia. No entender daquele político «Ursula von der Leyen é a ministra mais fraca do Governo», afirmou, citado pelo Der Spiegel.