Quino (1932-2020)
Joaquín Salvador Lavado, mais conhecido por Quino, deixou-nos hoje aos tinha 88 anos.
O seu principal talento ficará eternizado na emblemática Mafalda, a contestatária, heroína de banda desenhada, de seis anos, que odeia sopa e adora os Beatles.
Mafalda é personificada numa criança observadora e perspicaz do que se passa à sua volta, sendo uma metáfora perfeita da sociedade que Quino corporizava para evidenciar os problemas políticos, económicos e sociais que considerava serem o grande travão para o desenvolvimento.
Para além da banda desenhada, Mafalda surgiu também em livros, cujo primeiro foi editado em 1966 na Argentina. A primeira edição no estrangeiro aconteceu em Itália, em 1969, com prefácio de Umberto Eco. Nos anos seguintes seguir-se-iam Espanha, Portugal, França, Alemanha, Grécia, entre muitos outros países.
Apesar do grande sucesso alcançado por Mafalda em diversos países, sobretudo na América Latina e na Europa, a decisão de terminar com a banda desenhada prendeu-se com o desejo de Quino dedicar-se em exclusivo aos cartoons. Quino apenas abriu exceções para causas como A Declaração dos Direitos das Crianças para a UNICEF, e para uma campanha médica a favor da higiene oral na Argentina, em que voltou a desenhar a pequena miúda e os seus amigos.
Em Portugal, Mafalda foi publicada pela primeira vez em 1970 tendo alcançado um sucesso estrondoso. Desde então saíram várias publicações e edições especiais.
Desde 2006 que o cartoonista não desenhava com a mesma regularidade depois de vários problemas de saúde.
Obrigado por tudo, Quino!