Santana Lopes é novamente candidato à Figueira da Foz
Pedro Santana Lopes (PSL), depois de mudar a sua residência para a Figueira da Foz, apresentou-se ontem como candidato deste município, exatamente 24 anos depois de o ter feito pela primeira vez.
A sua candidatura à Figueira da Foz não surpreendeu ninguém. Todos sabemos a sua ligação àquela terra e como gosta de se manter à tona de água.
Mas, se 1997 a Figueira ganhou notoriedade graças a Santana, não deixa de ser verdade que quando PSL saiu deixou uma Câmara completamente endividada, com um passivo de 60 milhões de euros. Deixou várias obras paradas, por falta de pagamento aos fornecedores. Fundou duas empresas municipais, e as duas deram prejuízo. O caso mais falado na altura foi o da empresa Grande Turismo, onde se verificou um prejuízo de cinco milhões de euros.
Santana Lopes tem tido um percurso pouco comum na política portuguesa. É conhecido por nunca virar a cara a um combate político, mesmo depois de ter ocupado cargos de relevo, como o de primeiro-ministro ou de presidente da Câmara de Lisboa, porém a sua candidatura à Figueira, neste momento, não deixa de ser um ato arriscado, uma vez que Santana Lopes tem mais a perder do que a ganhar. Então, como se explica que aos 64 anos tenha aceitado ser candidato de uma câmara como a Figueira? Será apenas o seu amor à terra e aos figueirenses?
A minha convicção é que para alcançar outros combates políticos, quiçá Belém, terá que percorrer o caminho das pedras, leia-se: ser líder autárquico. Poderá seguir outros caminhos, mas será sempre mais complicado lá chegar. Recordemo-nos que, depois de liderar a Câmara da Figueira da Foz entre 1997 e 2001, PSL decidiu trocar a Figueira por Lisboa, e acabou por vencer as eleições contra João Soares, muito pela notoriedade conseguida na Figueira da Foz, daí que Santana tenha acedido jogar esta cartada e voltar a um lugar que conhece bem, onde já foi feliz, para ganhar lastro para voos mais altos.