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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Seg | 19.05.25

Somos Bicampeões!

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Setenta e um anos depois, o Sporting volta a ser bicampeão. Poucos se devem lembrar da última vez que isto aconteceu.

A equipa de Alvalade viveu uma temporada atípica, com três treinadores. A época começou com Rúben Amorim empenhado em conquistar o bicampeonato, mas sofreu um revés com a saída do técnico para o Manchester United (após 11 vitórias nas 11 primeiras jornadas). O Sporting teve um mês infernal com João Pereira, até ao Natal, e contratou Rui Borges, no final de dezembro, para conseguir revalidar o título. 

Viktor Gyokeres foi o verdadeiro motor dos leões — decisivo em inúmeros jogos, com golos e assistências que empurraram a equipa para a vitória. No meio-campo, Hjulmand e Debast deram o equilíbrio necessário, especialmente após as lesões de Pote, Bragança, João Simões e Morita a espaços, que afetaram profundamente a dinâmica da equipa.

Fevereiro foi talvez o momento mais delicado: a vaga de lesões forçou a utilização de jogadores da equipa B e exigiu adaptações forçadas em várias posições. Os empates frente ao Arouca e ao AFS refletiram essa instabilidade, permitindo ao Benfica aproximar-se perigosamente da liderança.

A esperança esmoreceu no início de abril, com um empate a uma bola frente ao Sporting de Braga, em Alvalade, quase no final do jogo. Na mesma jornada, o Benfica venceu o FC Porto e assumiu a liderança da I Liga. Mas foi sol de pouca dura: os leões recuperaram a liderança nos Açores, enquanto os encarnados tropeçaram frente ao Arouca, em casa.

A luta pelo título tornou-se então um duelo entre Sporting e Benfica, sem margem para erro. Em Barcelos, o Gil Vicente complicou as contas com um bloco baixo montado por César Peixoto. Mas foi nesse jogo que surgiu o momento decisivo da temporada: um remate certeiro de Eduardo Quaresma, de fora da área, garantiu três pontos e manteve o Sporting na luta e a depender apenas de si.

Na jornada seguinte, um empate na Luz teve um sabor a vitória: os leões seguraram a liderança graças à vantagem no confronto direto, mesmo em igualdade pontual.

Na última jornada, o título decidiu-se em Alvalade, frente ao Vitória de Guimarães. O nervosismo inicial deu lugar à celebração: Pedro Gonçalves abriu o marcador aos 55', e Gyokeres fechou consolidou a vantagem aos 82'. Com uma vitória difícil, mas justa, o Sporting conquistou o tão aguardado bicampeonato — o primeiro em 71 anos — e o Marquês voltou a pintar-se de verde para os festejos.