Um dia de chuva em Nova Iorque
Dois jovens chegam a Nova Iorque para um fim de semana. Ele, Timothée Chalamet, é um jovem prodígio que regressa à sua terra natal. Acabado de ganhar 20 mil dólares numa noite de jogo de Poker, vê aí o pretexto perfeito para passar um fim de semana idílico e para lhe dar a conhecer à sua namorada a sua cidade.
Ela, Elle Fanning, a namorada, uma estudante do Arizona, aspirante a jornalista, escreve num jornal universitário e que consegue uma entrevista com Roland Pollard (Liev Schreiber), um realizador de culto de um ficcionado Winter Memories, o filme em que, por coincidência, deram o primeiro beijo.
Ao longo de um dia chuvoso em Nova Iorque, ambos se cruzam com inúmeras personagens com destaque para Selena Gomez. Os encontros e desencontros sucedem-se, trocam-lhes as voltas e mudam os planos previamente traçados. A chuva funciona por um lado como o elemento agregador entre as personagens, mas por outro lado serve para colocar em causa tudo, designadamente o que cada um sente pelo outro, os seus objetivos de vida e até a imagem que têm sobre o seu passado.
É um argumento tipicamente escrito por Woody Allen. Se não soubéssemos de antemão quem era o realizador, facilmente lá chegaríamos. O filme é um revisitar dos seus lugares-comuns e maneirismos que funcionam como cunho pessoal do autor, sendo um terreno fértil para que Woody Allen se passeie pela sua Nova Iorque que tanto ama, e nos mostre as personagens típicas dos seus filmes, entregues aos seus dilemas pessoais e neuroses que se vão cruzando com temas como o cinema, a fama, a infidelidade e o amor.
Não é uma obra-prima, mas, ao contrário de outras opiniões que fui lendo, é um filme que se vê muito bem e garante duas horas bem passadas.