Viagem de finalistas que correu mal
Todos os anos, nas férias da Páscoa, milhares de estudantes do ensino secundário aproveitam as férias da Páscoa para rumarem ao sul de Espanha e poderem usufruir da viagem de finalistas. A escolha recai normalmente em alguns destinos do Sul de Espanha que vieram substituir Lloret del Mar que ficou conhecida entre os portugueses pelos piores motivos, já que foi o local da morte de dois estudantes nacionais, há uns anos.
O bom tempo de praia e as atrações noturnas a preços convidativos, atraem com facilidade jovens que planeiam uma semana de folia com muito álcool e drogas à mistura.
Estas viagens que já se converteram num negócio de milhões e numa forma de turismo de massas, infelizmente também se transformaram numa fonte de problemas para muitos.
Foi o que aconteceu no passado sábado em que, segundo o jornal espanhol “El País”, os responsáveis do hotel onde estava alojado um grupo de 800 estudantes portugueses do ensino secundário confirmou que expulsou os jovens por atos vandalismo, depois de terem «destruído azulejos, atirado colchões pelas janelas, esvaziado extintores nos corredores do hotel e colocado uma televisão na banheira» e que terão feito queixa junto das autoridades, alegando que nunca tinham presenciado nada igual.
E aqui, parece-me, a responsabilidade não deve ser imputada aos professores. Muitos professores nem em contexto escolar conseguem construir uma relação de autoridade, como se espera então que isso aconteça num ambiente de maior liberdade, em que os jovens consideram que estão ali para se divertirem e viver o momento e acham que o professor não tem de interferir nas suas atividades?
Numa viagem de lazer, os alunos entendem que já não existe a relação professor-aluno e tendem a não respeitar qualquer regra que lhes seja imposta. Existe apenas uma vontade de viver tudo naqueles dias, como se não houvesse amanhã, e a grande maioria desconhece o que é «liberdade com responsabilidade».
Parece-me que com 17 ou 18 anos é muito cedo para um adolescente viajar sozinho, por sua conta e risco, sem controlo dos pais. Sendo a grande maioria menor têm necessariamente que ter autorização dos progenitores para poderem viajar, assim sendo julgo que a principal responsabilidade terá que ser imputada aos pais que autorizaram a viagem e agora terão de assumir as suas responsabilidades.